O mundo muda a partir de nós. Olhamos para a natureza à nossa volta e tudo parece exterior a nós: árvores, flores, plantas. Mas essa paisagem não nos envolve apenas com o olhar. Nós respiramos esse ar. Estamos tão dentro da natureza quanto ela está dentro de nós. Preservar o meio ambiente é uma atitude de sobrevivência. Ele precisa de nós, nós precisamos dele. Mudanças do mundo exterior começam pelo nosso mundo interior. Nossos sentimentos, nossos desejos, nossa consciência e nossa percepção podem mudar o planeta. Podem salvar o planeta. E nós podemos nos salvar com ele.

Desde crianças, aprendemos que é preciso cuidar das nossas feridas. No início, alguém faz isso por nós. Alguém que nos acolhe, nos ampara e sopra o machucado dolorido. Com o tempo, passamos a fazer isso sozinhos. O planeta não é muito diferente de nós. Ele também se machuca, ele também se fere, também se lamenta e chora quando isso acontece. Muitas vezes, o planeta se cuida sozinho, e nós sequer percebemos. Outras tantas vezes, ele precisa de nós. Curá-lo é curar-se. Sinta o planeta. Sinta-se no planeta. Deixe que esses pensamentos se espalhem com o vento. Deixe que o planeta descubra que existem muitas mãos dispostas a cuidar das suas dores.

Cada vez que recuamos do gesto de lançar lixo nas ruas, mudamos um pouco. Uma mudança imperceptível e difícil de ser percebida por um observador de fora. Mas gestos assim estabelecem conexões com outros gestos iguais, vindos de pessoas diferentes de nós, mas que, no fundo, percebem-se como semelhantes, porque sabem que dividimos todos a mesma cidade, o mesmo país, o mesmo planeta. A simples atitude de compartilhar uma carona, de evitar um desperdício, traz aprendizado. Aprendemos quem somos, o que somos e onde estamos.